Associação Desportiva Vila das Palmeiras

1964-2012
Coluna dos Velhinhos – Edital ADVP-003/2012
MACHADO - MG
03 de Março de 2012
O esquadrão dos velhinhos da Associação Desportiva Vila das Palmeiras, depois um período de inércia, afastados dos gramados do Estado de São Paulo, desta vez alçou vôo mais distante. Fomos pousar com a nossa velha arca de madeira, adaptada com motores Rolls Royce, na cidade de Machado, que é um município brasileiro do estado de Minas Gerais. Possui uma população estimada em 39.509 habitantes (2009). A principal atividade econômica é o cultivo do café. Distância de cidades importantes (aprox.): 270 km da cidade de São Paulo, 33 km de Alfenas, 87 km de Poços de Caldas e 69 km de Varginha e 83 km de Pouso Alegre.
Como sempre, os nossos idosos, ficam num clima que é só alegria. Também, não é para menos nem para mais, após o período de carnaval, com muito Bum Bum Paticumbum Prugurundum (título do samba enredo de 1982 da Império Serrano RJ), os nossos amiguinhos se ascenderam com a notícia de possíveis patrocinadores querendo investir na “Turma da Arca de Noé”. Os dirigentes do time de máster estão recebendo vários contatos de alguns possíveis investidores. Uma fábrica de bengalas, de nome “Balança Mas Não Cai”, vislumbrou um potencial no nosso grupo e está prestes a fechar contrato. Acontece que nossos velhinhos não dormem de touca, e estão com cartas na manga, caso não acerte com essa empresa. Espera ai! É algum jogo de baralho? Claro que não, é só uma brincadeira.
O que se comenta, é que uma rede de farmácias descobriu na nossa turma de velhinhos um possível investimento em longo prazo. Só se for de consumo de remédio. O fabricante do WD-40 também poderia ser uma outra opção, afinal tem certo numero de atletas que precisam que suas juntas sejam lubrificadas. Já a ferrugem acumulada com o passar dos anos pode ser retirada com jatos de areia. Alguém sabe de alguma jateadora? A fábrica de “Dentaduras Morde Fácil” é outra empresa que quer investir na terceira idade. Será? Vocês acreditam em “Papai Noel”? Tudo isso deixaram os nossos atletas com muito zem zem, zim zim e zum zum (isso parece mais com zumbido de vespa). Voltando ao jogo em Machado, lá fomos nós para nossa viagem e consequentemente aos fatos, papos, relatos e retratos da nossa proeza futebolística.
Como sempre cautelosa, a comissão técnica, enviou na sexta-feira, uma equipe de batedores motorizados para reconhecimento do local. Os nossos super-heróis da terceira idade que formaram os coloridos bonecos japoneses de nome “Power Rangers” foram representados por Ramiro, Sidney, Cabeleira e Tica. Que responsabilidade!
Após todos chegarem ao pesqueiro do Nei, lá fomos nós para uma leve refeição. Um tira-gosto com filé de tilápia para não empanturrar os atletas. Devido ao calor perdemos muita água, e tivemos que completar os nossos “tanques” com... Vocês já sabem com que. Conversa isso, conversa aquilo, toma aquela, belisca aquilo e, levantamos a ancora e seguimos para o palco da contenda. Estávamos tão bem lá no pesqueiro.
Todos a postos. A comissão confabulando de que forma iríamos jogar, os atletas colocando seus aparatos, o tempo seguia, o calor era forte e a velharada só esperando a escalação. Para surpresa nossa, no teste físico de vestiário, o Sidney não reuniu condições mínimas para jogar. Também pudera! Silêncio geral. Não teve como não convocar o nosso fotografo para substituir a primeira baixa. E não é que ele, o fotografo, tinha levado a mentirosa! (a chuteira). O cara agiu de caso pensado. Finalmente saiu a escalação: Maidana, Ramiro, Reni, Luis e Cilinho, Edgar, Tica, Magrão e Rubinho, João Parras e Careca. Depois entraram o Cabeleira e o Tilico.
O jogo teve inicio por volta das 16h. Afinal ninguém iria agüentar o mormaço da tarde. O Cruzeiro de Machado foi o nosso adversário, o placar foi de 2 x 2. Assinalaram os gols para a Associação Desportiva Vila das Palmeiras, o João Parras e o Careca. Sem contar o formigueiro em que o Cilinho tropeçou.
O Rubinho foi quem intermediou esse encontro com o pessoal da cidade de Machado. Nossos agradecimentos ao pessoal do Cruzeiro e ao Rubinho pelo churrasco, pela acolhida e respeito para conosco.
Após a partida, voltamos à pousada para o devido repouso e recuperação dos velhinhos. O Robertinho se prontificou em buscar o baralho no restaurante da pousada. No trajeto entre a casa e o referido restaurante, tudo escuro, terreno molhado, e adivinhem o que aconteceu. Catapimba. Foi-se ao chão um corpo, e grande. O cara ficou bravo, por que depois de tudo isso ninguém quis jogar baralho. Mas logo se aquietou, vestiu seu pijama curto de cor cintilante e foi adormecer no seu quartinho, que parecia mais um calabouço.
A beira do lago onde atracamos a nossa arca, a noite se fazia presente, com o ponteiro dos segundos andando compassadamente. Só se ouvia o tic-tac do relógio. Quebrando o silêncio, ouviram-se sons parecidos com motores de jet ski. Qual o que. Eram os nossos velhinhos roncando que nem cuíca velha. O toque de alvorada foi lá pelas seis horas. Todos a postos, embarcaram na velha arca e tomamos rumo à Guarulhos. Que epopéia!
A velhice é igual à formação de um lago; suas águas não
correm mais para o mar, porém podem ser apreciadas.
Autor desconhecido
O verdadeiro valor de um homem está em seu caráter, suas idéias e na nobreza de seus ideais.
Autor desconhecido