Associação Desportiva Vila das Palmeiras
Coluna dos Velhinhos – Edital ADVP-009/2011
PESCARIA – PANTANAL MATOGROSSENSE-MS
26/08/2011 a 02/09/2011
PARTE – I (A TABERNA, O CARRO MADRINHA e O CAPITÃO)
A história traduzida por Antoine Gallano (1645–1715) do livro “As Mil e Uma Noites”, que tem o título de “Ali Babá e os Quarenta Ladrões”, ganhou uma versão brasileira, só que com outro nome: “Ali Bebe no Curão Quarenta Gordões”. Bem, têm uns magrões, grandões e comilões também. O nosso ponto de encontro, temporariamente passou a chamar-se; “A Taberna do Rubão”. Sob a regência é claro do nosso amigo Rubão, que no sábado estava todo garboso desfilando com seu tênis importado que ganhou. Pra começar a garrafa de cerveja passou a custar R$ 1,50 mais o conteúdo líquido da mesma, R$ 2,50. Chegamos ao preço justo de R$ 4,00. Essas promoções sempre acontecem quando o velho Rubão assume a taberna.
Entre os dias 26 de agosto e 02 de setembro, a Taberna do Rubão ganhou ares de armazém de cidade pequena do interior. O gato ronronando junto à soleira, o cachorro bocejando, o movimento estava aquém do esperado. Tudo pacato. É que o pessoal da “Arca de Noé”, tomaram rumo do Pantanal Mato-grossense para a tradicional aventura pesqueira. Seguiram de avião até Corumbá, MS e depois foram de barco hotel pelo Rio Paraguai rumo ao norte. Cada vez mais esses “Piratas do Caribe” inovam. Enviaram dias antes, uma dupla de batedores para a devida inspeção de território. São eles Zangado e Risadinha. Essa dupla tem currículo. Um deles fez parte da missão especial na viagem a Serra dos Aimorés, MG em setembro de 2009. Lembram-se da turma do “autorama”? O outro é aquele da “Janela de Moisés”. Essa estratégia é coisa do comandante da expedição, “Sir Charoles James Cook”, que a bordo do “Venesa” singrou pelo Rio Paraguai. Esse é o nosso, “Capitão de Gravata” da cidade grande que se transforma no “Capitão de Fragata” quando singra em águas pantaneiras. E ao assumir o referido posto, mandou ver pra cima da marujada. E sem muita bravata o nosso capitão ordena ao seu imediato: “Soltem as amarras, icem as velas, recolham a âncora, vamos zarpar”. Aquilo ecoou pelos ares, pomares e patamares. No momento seguinte o imediato fala ao pé do ouvido de seu capitão: “Senhor esta embarcação é movida com um motor diesel MWM seis cilindros 229 turbo com cento e oitenta cavalos de potência”. “Ta esperando o quê imediato?” Retruca o Capitão: “Soltem as rédeas e estalem o chicote, vamos galopar”. E lá vai uma barca bem longe se vai, navegando no remanso do rio Paraguai. Rio esse que em Guarani significa “um grande rio”. O rio foi assim denominado pelos Guaranis e Kaiowás antes que ocorresse a fundação e denominação do país Paraguai. Quis conversa, diria um chegado nosso lá de Serra dos Aimorés, MG. Embarcações não são guiadas ou dirigidas, e sim governadas. Timoneiro (gobernator) em latim..
Sir Charoles James Cook acionou a marujada para os afazeres no barco, a saber: Pescar, comer, beber, dormir e pescar, comer, beber, dormir e outra vez...
O nosso enviado especial, que seguiu junto com a delegação dos velhinhos da “Arca de Noé” para o Pantanal Mato-grossense, nos enviou por e-mail uma lauda que tinha quase uma resma de folhas de papel tipo A4.
Segundo nosso paparazzi de plantão, devidamente autorizado pela nossa redação, nos enviaram fatos, relatos, fotos e pipocas sobre o passeio da turminha da terceira idade (vão dizer que não são?). Mordomia, alegria e fartura foram o que mais teve na viagem. É isso mesmo, nossos velhinhos têm mais que aproveitar e da melhor forma. Mas apreciem com moderação. Se for pescar beba. Se for beber pesque. Mas use o colete. Aliás, teve um que dentre uns duzentos só desfilava nesse tal colete.
Depois da “estafante” viagem ao Pantanal Mato-grossense, o que não faltou foram as narrativas e detalhes dos nossos marinheiros pescadores. Portanto aconchegue-se no seu sofá e leia as peripécias da viagem. Senta que lá vem história...
PARTE – II (A CAMINHONETA)
A caminhoneta “vermelho bombeiro”, a pick up mais conhecida da fronteira era pilotada por Zangado e Risadinha. Que seguiram até a cidade de Bonito-MS, para as merecidas férias. Detalhe a temperatura beirava os 8° C. Depois de acomodados, a dupla seguiu para a fronteira entre Brasil e Bolívia. Aí o bicho pegou. Segundo “Alain Prost” (Risadinha), seu parceiro saía das lojas com tanto pacote nos braços, que até parecia uma centopéia. Quanto braço! Ou seria perna? Os dois quase que foram barrados no baile. Pudera, o limite de compra estava estourado e o policial indagou de quem eram as caixas com tênis e demais objetos. O Risadinha calado, abriu a mão e em seguida fechou-a deixando em riste somente o dedo indicador apontando para seu parceiro de equipe que teve que se explicar para a autoridade. Depois das devidas explicações, ganharam um salvo conduto para caso alguém questionasse. E assim chegaram são, salvos e cheios de compras.
O “pássaro de aço” acabara de pousar em Campo Grande-MS. Vindo de Guarulhos-SP e os velhinhos desceram todos eufóricos e logo foram liberados de suas bagagens e seguiram rumo ao mercado municipal para saborear pastel de jacaré e o chope. Depois em outro pássaro menor alçaram vôo até o aeroporto da cidade de Corumbá-MS e daí para o “Veneza”.
PARTE – III (A BORDO DO VENEZA)
O Veneza é um barco com capacidade para 16 pessoas mais sua tripulação. A cozinha era bem administrada pelo “Chef” baiano. Uma espécie de Tio Moacir Careca, auxiliado por Luis, um professor de boas etiquetas. Eram muito eficientes essa dupla que trabalhavam pra caramba.
Já devidamente instalados a bordo do barco “Veneza”, este seguiu rio acima durante vinte e quatro horas até o local de pesca. Aja bebida, comida e alegria para esses caras. Agora vamos aos relatos da viagem.
Teve pescador trocando maionese por maisena. Também tiveram outros andando com motor “Flex” e “Flex Power” que nunca deixavam seus tanques vazios. De tempos em tempos sem deixar passar muito tempo, lá iam encostando-se ao posto do Veneza para abastecer. Usavam vários tipos de combustível. Estavam parecendo com um Maverick V8 e Dodge Dart. Aliás, será que os demais não abasteciam também no mesmo posto? E seus motores também não eram Flex? Havia Buick, Ford Galaxy Landau, Oldsmobile, Lincoln, etc, etc, etc. Teve um que utilizou combustível adulterado vermelho e deu pane no escapamento. Coitado. Quando o cansaço chegou, aos poucos nossos vetustos se recolhiam aos seus camarotes. Segundo nosso enviado especial, o mais barulhento, trepidante e com pescadores soltando flatos para tudo que era lado foi o do camarote quádruplo, também chamado de pavilhão nove. O barulho do ronco dos caras que lá estavam alojados, só era superado pelo motor estacionário do Veneza. Isso lembra o filme “Os Canhões de Navarone”, de 1961, com Gregory Pack, David Niven, Richard Harris e Antony Quinn de 1961. Pernilongo só passava perto com traje espacial e se fossem em missão especial. A situação era de lascar. E a camada de ozônio como fica nessa?
Quem saiu na frente na pescaria foi o amigo do comandante Ailton. O Magrão estava em segundo lugar, seguido pelo André, que com as aulas dadas pelo Magrão, pescou até Dourado. Mas durou pouco a festa dele. Bob filho (Rogério), acabou pescando um belo exemplar e consequentemente ganhou o troféu. Teve piloteiro que tomou peixada na cabeça. Tem que usar capacete.
O vermelhinho da areia estava todo feliz por ter conseguido um grande e belo peixe da fauna aquática do Rio Paraguai. Porém, foi para sorteio o seu exemplar e acabou caindo no puçá do Charoles. Coisa dos “reds”. Fim de pesca.
As duplas estavam assim distribuídas nos botes: Curão e Wilson Tapera, Mauricio e Gerson, Manézinho e Batu, João Parras e Sidão, Ramiro e Datena, Arno e Camargo, Magrão e André, Fernando e Rogério. Para você conhecer aonde foi, entre nos seguintes sites: www.venezatur.com.br e www.portosaopedro.com.br.
PARTE – IV (BISSOLE)
Depois das devidas providências tomadas pelo Arno, no dia seguinte já estavam todos juntos novamente e seguiu-se a viagem. O ocorrido fez cada vez mais unido o grupo, o que pesou neste caso foi a integridade física e o restabelecimento do nosso amigo Bissole. Temos muito que aprender com o Arno. Pela sua atitude, preocupação, respeito e responsabilidade para com o Roberto Bissole e sua família. Agradecemos a você por fazermos parte do seu rol de amigos. Acredito que se fosse com qualquer um de nós o tratamento e atitude seria o mesmo. É o exemplo a ser seguido. Nosso ex baiano, agora cidadão guarulhense. Um homem medido por suas atitudes e virtudes. A pescaria poderia ficar para qualquer outro dia. Ao nosso amigo Bissole desejamos sua pronta recuperação para que logo possamos estar juntos novamente.
(Manézinho)
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele”.
Ou por sua origem, ou sua religião.
Para odiar, as pessoas precisam aprender.
E se podem aprender a odiar, pode ser ensinado a amar,
Pois o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o seu oposto.
“A bondade humana é uma chama que pode ser oculta, jamais extinta.”
(Nelson Mandela)